O legado do Queen no cinema

(22 de set. de 2015)



Rock'n Roll: tem muitos que amam, e tem muitos que odeiam. Independente do gosto, uma coisa é certa: muitas dessas trilhas marcantes acabam quase sempre sendo usadas no cinema.



Poucos tiveram um repertório de alcance tão abrangente quanto o do Queen, cuja discografia já foi vista em tudo que se pode imaginar. Nessa última semana, tivemos o prazer de reviver os dias gloriosos da banda, de volta no Rock in Rio, com a presença do cantor Adam Lambert, que aproveita seu momento de fama ao máximo e procura dar o melhor de si encarnando a presença mítica de Freddie Mercury.



E é claro que com a qualidade das músicas, muitas delas tornaram-se ícones de vários filmes ao decorrer dos anos. São poucas as bandas que tiveram um impacto tão abrangente quanto o Queen. Vamos conferir alguns dos filmes que tiveram o privilégio de tornarem-se famosos graças a essas trilhas.


Quem não se lembra da abertura de Flash Gordon?



O filme de 1980 foi uma combinação fora do comum. Olhando com a perspectiva de 2015, a maioria do público vai concordar que o filme era muito tosco. Mas foi exatamente esse aspecto que fez com que a música do Queen encaixasse de forma tão perfeita na trilha do filme. O simples fato do Queen ter composto a música especificamente pro filme mostra como um pouco de dedicação e paixão cria resultados inesquecíveis. É um prazer rever essa abertura de três minutos e meio só pra ouvir a música, que combina perfeitamente com o estilo visual. Hoje já é difícil ver filmes com aberturas prolongadas.



A Vingança dos Nerds também é um clássico lembrado pelo impacto de uma das melodias mais famosas do Queen: We are the Champions. Como não se emocionar com Gilbert, personagem de Anthony Edwards, que expõe seu lado nerd com coragem. A música representa um grito de emancipação e resolução para esses personagens. Todos são campeões.



Wayne's World é outro clássico da comédia que ganhou o selo do Queen em sua trilha. No filme, os personagens vividos por Mike Myers e Dana Carvey dirigem pelas ruas ouvindo fitas no carro. Ao mesmo tempo, eles tentam impedir que o amigo vomite e sonham em ganhar uma guitarra. E é claro que isso leva à cena inesquecível com os personagens dançando ao som frenético de Bohemian Rhapsody.



Quem assistiu a Highlander, sabe a força de sua associação com o Queen. Difícil acrescentar algo relevante sobre um filme que já foi discutido durante tanto tempo, por isso prefiro deixar a obra se expressar. Who wants to live forever é a alma da paixão. A sequência logo abaixo fala por si só.



A influência do Queen no cinema não ficou restrita aos anos 1980 e 1990. Mesmo com a morte de Freddie Mercury, e mesmo passando da virada de século, seu legado continuou vivo.



Em Coração de Cavaleiro, o roteirista/diretor Brian Helgeland queria passar a intensidade emocional que aqueles personagens medievais viviam de tal forma que o público compreendesse. Se tivesse usado música do período, ele não teria conseguido esse impacto. Ao incluir diversos hits do Queen, incluindo We Will Rock You e We Are the Champions no repertório do filme, ele conseguiu colocar o espectador na pele de William Thatcher (vivido por Heath Ledger) e sua clássica jornada de herói. Junto com Highlander, o filme faz do Queen um ícone da fantasia medieval. Uma combinação inusitada, mas que funciona. Outro filme que vale simplesmente pela abertura:



Nem Moulin Rouge conseguiu escapar dessa tendência. O filme de Baz Luhrmann, que recria uma quantidade gigantesca de músicas de todos os gêneros, não podia ficar de fora e deixar de incluir uma canção do Queen. Romance é um tema central nesse filme, trazendo todas as conotações positivas e negativas, jamais poupando o público. Ironicamente, a música levanta uma mensagem clássica do show-business, de que o espetáculo não pode parar, que também é um tema de Moulin Rouge.



Por fim, vale lembrar que Queen por mais internacional que seja tem origens britânicas e uma quantidade de fãs fervorosos em sua terra-natal. Shaun of the Dead, comédia de Simon Pegg e Edgar Wright, faz uma das melhores homenagens à banda. Uma união de ritmo, diversão e emoção.



O fato do Queen ainda ter essa relevância há quase 40 anos mostra que certos gostos vieram pra ficar, e que nem tudo nessa vida deixa de ser moda. Espero que o cinema continue refletindo essa paixão nos próximos 40 anos e além....



Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 12:25  

0 comentários:

Postar um comentário