Propaganda nos Filmes

(26 de abr. de 2016)



Imagine a seguinte situação:


Você está concentrado assistindo a um bom filme com uma trama envolvente. De repente você presencia uma cena em que um personagem usa um telefone, e o aparelho é mostrado com destaque pela câmera, com direito até a logomarca. Se não é um telefone, é um carrão de uma marca famosa, ou uma lata de Pepsi ou Coca-Cola. Não há como evitar a realidade. Por mais que o espectador tente se perder no mundo fictício de um filme, há sempre aquele detalhe que quebra essa imersão.



É nessa hora que lembramos que filmes custam dinheiro para serem feitos. Às vezes o orçamento de uma produção não é capaz de cobrir os custos. A solução? Conseguir patrocínio.


Quem assiste a filmes brasileiros entende isso muito bem. Antes mesmo do filme começar, o espectador é forçado a ver uma lista de 300 logomarcas que ajudaram a bancar o longa. E depois que o filme começa, é bem provavel que tenhamos uma cena em que o próprio personagem exalta a qualidade de um produto. E isso quebra completamente o ritmo da história. O pior caso é quando personagens quebram o rumo da cena e passam a comentar um produto que nada tem a ver com a trama.


Mesmo em Hollywood, isso tem acontecido com mais frequência. Mesmo os megaestúdios perceberam que é lucrativo dividir os custos de produção com patrocinadores. O filme de apocalipse zumbi* Guerra Mundial Z tornou-se ínfame pela cena da lata de Pepsi.




*Verdade seja dita. Não há gênero mais propício para se aproveitar com produtos do que um apocalipse. A quantidade de produtos abandonados é uma mina de ouro.


Levando em conta os crescentes custos de produção, principalmente de blockbusters, essa é uma tendência irreversível. Cabe aos produtores a responsabilidade de inserir essas marcas dentro desses filmes da forma menos intrusiva possível. É até aceitável que um protagonista utilize um telefone de marca, desde que este personagem seja uma pessoa de poder aquisitivo correspondente aos seus pertences, respeitando as regras daquele universo fictício. Obviamente seria impossível ver Luke Skywalker bebendo uma bebida de marca.


Como já disse, mesmo em casos em que é plausível um personagem interagir com um produto de marca conhecida, cabe aos produtores executar tal cena de tal forma que ela não perca sua intenção original.


Enquanto isso, confira mais algumas cenas de produtos e marcas conhecidas invadindo o espaço dos filmes.


Sony Ericcson James Bond



Cenas de vários filmes com produtos e marcas





Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 12:35  

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