E vamos seguindo esta semana revendo os filmes dos X-Men que marcaram esses últimos 16 anos entre o filme original e a estreia de Apocalipse.




Em 2006, chegava aos cinemas o terceiro filme da equipe mutante, X-Men: O Confronto Final. Este foi dirigido por Brett Ratner (Dragão Vermelho). Bryan Singer chegou a estar envolvido na pré-produção. Contudo, a Warner acendera o sinal-verde para produzir Superman O Retorno. Singer acabou aceitando migrar para o Homem de Aço, deixando a Fox desprovida de sua visão original*.


Matthew Vaughn, fã de quadrinhos de longa data, chegou a se envolver como diretor, mas também deixou o cargo antes de Ratner assumir. Felizmente, mesmo sem Singer, a série ainda estava nas mãos dos produtores Lauren Shuler Donner e Ralph Winter, que estavam envolvidos desde o primeiro filme. O filme também marcou a estreia de Simon Kinberg na franquia. Kinberg, que era conhecido por Sr. e Sra. Smith, tornou-se o roteirista/produtor responsável pelo restante da série, exercendo a função que cabia a David Hayter nos dois primeiros filmes.


E claro, ainda tinha todo o elenco original presente, com pouquíssimas mudanças. Uma delas foi a introdução da então novata, pré-Juno, Ellen Page no papel de Kitty Pryde (que havia sido interpretada por outras atrizes nos longas anteriores).


*Curiosidade: no dia em que aceitou dirigir Superman, um executivo da Fox revogou os privilégios de Singer, enxotando ele do estúdio. Horas depois, tiveram de readmitir ele, pois sua produtora, a Bad Hat Harry, tinha um contrato com o estúdio devido a contínua produção do seriado House, que duraria 8 temporadas. Isso dava a Singer direito a um escritório no terreno da Fox.


Quanto ao filme, seria injusto atacar a integridade do filme. Ratner escolheu manter-se o mais fiel possível ao design visual estabelecido pelos filmes de Singer. Contudo, a ausência do compositor John Ottman foi sentida (apesar de John Powell fazer um bom trabalho).


Não é uma obra perfeita, e não é imune a críticas, mas nenhum filme realmente é. Por ter tomado rumos narrativos diferentes dos primeiros filmes, ele assumiu uma percepção negativa propagada principalmente pelos fãs de quadrinhos, mais do que qualquer outro segmento do público.


Financeiramente, o filme foi um sucesso incontestável, lucrando mais que os dois primeiros. Narrativamente, considero ele uma tentativa ambiciosa de sacudir a franquia. Matar Ciclope e Xavier na primeira metade foi uma decisão ousada (e na minha opinião bem-vinda). Ratner também elevou a escala da ação, com Magneto literalmente elevando a ponte Golden Gate, isso sem falar no potencial de destruição da Phoenix. A Tempestade finalmente voou, aproximando-se mais de suas origens nos quadrinhos.


Há partes que não deram tão certo como a equivocada inclusão do Fanático. E o filme conclui com um final bastante indeciso. Acho que uma trama focada na Phoenix Negra daria um excelente filme por si só. Foi misturar ela a premissa da cura mutante que complicou o filme, deixando-o raso demais com muitos personagens a serem servidos e pouquíssimo tempo de duração. Esse ritmo acelerado acabou deixando pouco espaço para arcos de personagens. Mesmo Wolverine e Tempestade, que lideram os heróis, são pouco aproveitados nesse sentido.


Outro elemento que afetou a percepção do filme foi o contexto da época. Assim como o Homem-Aranha alavancou o interesse por super-heróis no cinema em 2002, o sucesso de Batman Begins em 2005 teve o efeito oposto. Ao firmar um personagem icônico como o Homem-Morcego num ambiente mais realista, era inevitável que uma obra de viés mais fantasioso como X-Men seria comparada de forma desfavorável.


Também permanece em aberto a pergunta principal: qual teria sido o rumo do filme caso Singer tivesse permanecido como diretor? Sabemos que a Phoenix provavelmente faria parte da trama, levando em conta o sacrifício de Jean no filme anterior. Infelizmente nunca saberemos como teria sido, apesar do novo filme dar pistas quanto a isso.


De qualquer forma, o sucesso do filme abriu o caminho para uma série de filmes-solo.


Até amanhã, retornaremos com X-Men Origens: Wolverine. Até lá fique com uma das cenas mais marcantes de X-Men: O Confronto Final.




Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 12:59  

1 comentários:

  1. Edward Says:

    Não que os dois primeiros não sejam bons, mas da trilogia original esse é o meu filme favorito.

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