E vamos em frente revendo mais um filme da série X-Men, que se mantém há 16 anos e contando....


A Fox estava determinada a fazer com que os fãs esquecessem dos erros cometidos nos dois últimos filmes. De um lado, havia a Warner quebrando recordes com filmes do Batman. Do outro, o recém-formado Marvel Studios faziam sucesso com personagens que haviam sido esquecidos nos quadrinhos, tais como Homem de Ferro, Thor e Capitão América. A Fox precisava tomar a iniciativa para não deixar o universo dos X-Men não cair no esquecimento. Era necessário revitalizar o interesse do público. Como fariam isso?


Aproveitando-se da mesma tática que a Warner havia aplicado nos filmes de Batman feitos por Christopher Nolan, e que a Sony também estava utilizando nos filmes do Homem-Aranha: voltar ao começo.




Contudo, a decisão era de não fazer um reboot, e sim deixar os desdobramentos complexos de lado e voltar a premissa básica dos mutantes. Contar a história de como surgiu Xavier e como ele criou a escola para superdotados. De certa forma, retomou-se os princípios da série, ao abordar as questões sociais que sempre foram fundamentais na vida dos X-Men. Assim começou-se o processo de criação de X-Men: Primeira Classe.


Logo de cara, a Fox deu o primeiro sinal de acerto ao trazer de volta Bryan Singer como produtor. Junto com Simon Kinberg, Singer seria responsável pelo pontapé inicial, supervisionando o roteiro e andamento de todo o processo. O passo seguinte era decidir o diretor. A escolha foi Matthew Vaughn, que havia substituído Singer no terceiro filme antes da Fox colocar Brett Ratner em seu lugar. Vaughn, que havia acabado de subir ao estrelato com o sucesso do filme Kick-Ass, tinha uma visão um pouco diferente de Singer, mas entendia o compromisso com os dilemas pessoais desses personagens. Assim como em Kick-Ass, Vaughn entendia o fascínio adolescente pelo mito do herói e sabia conciliar os dilemas da idade com essa jornada de crescimento e responsabilidade.


Ao mesmo tempo em que voltou-se a origens, surgiu a oportunidade de fazer uma história de época e conectar a origem dos mutantes com o contexto da Guerra Fria, já que a trama se passava na década de 1960. Primeira diretriz do filme seria refazer o elenco com versões jovens de personagens que já conhecíamos. O sucesso de filme dependeria de um elenco bem escolhido.


James McAvoy, que havia ganho o aprecio da crítica após O Último Rei da Escócia, assumiu o papel do Xavier jovem. Michael Fassbender, de Bastardos Inglórios, encarnou um jovem Magneto. Por fim, escalaram a então novata pré-Katniss Jennifer Lawrence (Winter's Bone) no papel da Mística. Ao criar uma relação pessoal entre Mística, Xavier e Magneto, criou-se um triângulo bastante complicado que foi o motor principal do filme.


Com Wolverine relegado a uma pequena participação de cinco segundos, o filme não usaria ele como protagonista, focando no trio que fundou os X-Men. Mostrar a época em que Magneto e Xavier trabalhavam juntos também abriu espaço para conflitos, podendo ver como tudo se concretizou, tendo em vista tudo que aconteceu nos filmes originais.


Também conhecemos alguns personagens secundários como Havok (Lucas Till), que é o irmão mais velho de Ciclope. Nicholas Hoult interpreta a jovem versão da Fera, que era interpretado por Kelsey Grammer no original. E temos January Jones (Mad Men) no papel da vilã Emma Frost.


O maior acerto do filme foi a escolha de Kevin Bacon para o papel do vilão Sebastian Shaw. Além da oportunidade de incluir o Clube do Inferno na trama, Bacon transformou Shaw no vilão mais pessoal de toda a série, ao mostrar o quanto ele foi responsável pelos traumas de infância de Erik Lensherr, o futuro Magneto.


Com a ajuda de Jane Goldman, Vaughn reescreveu o roteiro de Ashley Edward Miller e Zack Stentz, dando um toque mais autoral, aprovado por Singer e Kinberg. Quando surgiram as primeiras cenas, Singer ficou chocado ao ver a recriação da abertura original do primeiro X-Men, que mostra um jovem Erik sendo separado dos pais no campo de concentração de Auschwitz. Singer tinha certeza de que surrupiaram as cenas originais numa rápida edição para agradá-lo, mas não foi o caso. Vaughn havia conseguido recriar quadro por quadro a cena original, filmando ela por si só, e com um elenco completamente diferente.


Lançado em 2011, o filme foi um sucesso de imediato, dando início a uma nova trilogia, e dando o impulso inicial a carreira de Lawrence.


Uma questão permanecia: como os eventos desse longa levariam nossos heróis a chegarem nos filmes originais? Era esse o plano, ou havia outras intenções? Como Star Wars mostrou, quando se fás filmes que antecedem aos originais, você tem um final pré-estabelecido, mesmo que não saiba como chegará lá.


Felizmente, Vaughn, Kinberg e Singer já tinham planos para o futuro. Enquanto isso, Hugh Jackman e a Fox preparavam uma nova aventura-solo para Wolverine, com direito a muito mais violência e menos censura....


Enquanto isso, fique com esta cena em que Magneto levanta um submarino com seus poderes.




Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 13:48  

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