Retirando Premiações do Oscar

(12 de fev. de 2019)




Foi anunciado hoje que o comitê de organização do Oscar irá remover duas das premiações da cerimônia: Melhor Edição e Melhor Direção de Fotografia.


E essa é uma decisão completamente equivocada em todos os aspectos.


É óbvio o motivo pelo qual tomaram essa decisão. É uma cerimônia que consome mais de três horas de duração, e isso cansa qualquer espectador. Somado ao fato do Oscar estar perdendo espectadores há anos, a gente começa a ver o processo de simplificação por parte dos produtores. E assim resolvem cortar premiações que supostamente não teria "apelo" ao público.


Só que fotografia e edição são aspectos fundamentais do cinema.


Antes de qualquer ator entrar em cena, cinema é definido pela forma como um diretor ilumina uma cena, criando textura e atmosfera, e como um editor a corta na edição, criando ritmo e contexto. Assim é formada uma narrativa audiovisual como todos nós conhecemos.


Na nova configuração do Oscar, essas categorias ficariam relegadas a anúncios online após a premiação. Isso é um desrespeito ao trabalho de profissionais dessas áreas, de cunho artístico e técnico, que se esforçam para realizar produções com o acabamento excepcional que possuem. Essa é a chance deles subirem ao palco e se expressarem perante a milhões de espectadores e companheiros de ramo.


Nunca que cortariam a categoria de Ator Coadjuvante, ou de figurino, até porque o espectador mais leigo assiste a premiação em busca dos famosos (e suas roupas). Isso criaria uma desigualdade ainda mais injusta nessa indústria.


Se a preocupação dos produtores é de ter um show demorado e arrastado, tenho uma solução: cortem os números musicais e as enquetes 'cômicas' cansativas que nada acrescentam ao espetáculo. Não se corta categorias assim só porque são técnicas. Elas tem o mesmo mérito artístico de um roteirista ou ator.


Roma é um dos concorrentes favoritos esse ano. E irei ver a premiação tanto pela expectativa do filme levar a estatueta de Melhor Fotografia (o filme de Cuarón é quase uma pintura de tão belo) quanto pelo trabalho de atrizes como Yalitzia Aparicio. E irei torcer por Vice tanto pela montagem não-linear da trama quanto pela forma como Christian Bale encarnou Dick Cheney.



Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 11:15  

0 comentários:

Postar um comentário