A Volta de Star Trek nos cinemas

(5 de set. de 2016)



Após o fracasso de Nêmesis e o cancelamento de Enterprise, parecia que a franquia ia permanecer dormente por um bom tempo. O produtor Rick Berman tentara desenvolver um último roteiro para um filme, em parceria com Erik Jendresen (Band of Brothers), mas o estúdio não mostrou qualquer interesse. A Paramount já não era liderada pelo mesmo regime, e eles não entendiam mais o apelo original de Jornada nas Estrelas.


Muitos tinham a convicção de que Jornada precisava de um tempo fora do ar, sem produções, de forma que sua ausência traria a saudade à tona, reiterando o interesse do público. Muitos falavam em 10 ou 15 anos sem novo conteúdo.


E quem falou que a Paramount esperaria tanto? Muito pelo contrário....


Em 2006, o contrato de Berman chegou ao fim. Com ele deixando a cadeira de produtor, o estúdio começou a cortejar novas opções para trazer Jornada de volta. Examinando os sucessos recentes, a Paramount descobriu um produtor em potencial.


Seu nome era J.J. Abrams.


Nesta hora, vale rever os currículos e o histórico de cada uma das mentes por trás da franquia. Gene Roddenberry era um piloto de caças da Segunda Guerra e policial. Ele trouxe essa experiência para sua carreira como roteirista e produtor televisivo. Foi isso que levou a criação de Jornada e personagens heróicos como Kirk. Harve Bennett teve uma trajetória similar, só que lutou na Guerra da Coréia, e foi um caso de produtor televisivo capaz de trabalhar sob restrições orçamentárias que conseguiu realizar o mesmo nos cinemas. Rick Berman era um produtor experiente na Warner Bros., especializado em vários gêneros antes de assumir Jornada. Sua capacidade de lidar com as demandas do estúdio, e colaborar com atores e roteiristas fizeram dele uma pessoa capaz de lidar com múltiplas produções simultaneamente.


J.J. Abrams é filho de uma família de produtores e criadores. Seu pai é o produtor Gerald Abrams. Sua irmã é a roteirista Tracey Abrams. Na década de 1990, o jovem Abrams havia encontrado êxito como roteirista de filmes melodramáticos como Eternamente Jovem, comédias como Pescando Confusão e até mesmo auxiliando no roteiro de blockbusters excessivos como Armageddon. Contudo, Abrams ainda não havia escrito algo que expressasse sua identidade. Foi então que se uniu ao amigo de colégio Matt Reeves e juntos criaram um seriado contando a história de uma garota que ia estudar em Nova York para estar perto do garoto que amava. Esta série se chamou Felicity. A série mostrou o talento de Abrams, sua capacidade de extrair o potencial de seus jovens atores e mostrando afinidade com o público.


O sucesso de Felicity levou Abrams a criar mais dois seriados com orçamanto infinitamente maior. O primeiro foi Alias, série de espionagem com uma narrativa complexa e ambiciosa que lançou a carreira da até então desconhecida Jennifer Garner. O sucesso da série chamou a atenção de Tom Cruise, que colocou Abrams no comando da franquia Missão Impossível. Ao mesmo tempo, Abrams mostrou sua tendência blockbuster quando assumiu o comando do seriado Lost, dirigindo um dos episódios-piloto mais caros da história de hollywood, mostrando a queda do avião em uma ilha deserta que daria início a uma trama repleta de mistérios, reviravoltas e muito entretenimento.


Enquanto isso, Abrams dirigia Missão Impossível III. O sucesso do filme chamou a atenção da Paramount, e foi assim que ele acabou assumindo a responsabilidade de ressuscitar Jornada nas Estrelas para as telas de cinema.


Assim como Berman, Abrams era capaz de lidar com as pressões do estúdio sem perder o controle do projeto (Roddenberry e Bennett tiveram dificuldades nessas questões). Contudo, sendo a dona dos ovos, a Paramount ditava o rumo. A resurreição de Jornada veio a custo da narrativa clássica que possuía, em favor de uma nova estética mais blockbuster, e com ritmo mais acelerado. Este seria o rumo tomado por Abrams.


Vale destacar que Berman era um produtor metódico, dedicado a gerar conteúdo que agradasse ao estúdio, mas ao mesmo tempo tivesse uma certa fidelidade aos padrões narrativos estabelecidos pelo falecido Roddenberry. Tanto ele quanto seus fiéis colaboradores se mantiveram nesse padrão durante 18 anos. Abrams não teve essa obrigação. A Paramount lhe deu maior liberdade criativa para repensar a franquia de acordo com suas sensibilidades. Tanto que Abrams não operava da mesma forma que Berman. Até pela criação que teve, ele tendia ao criativo, ao colaborativo sem se prender a padrões.


Abrams tinha como principais colaboradores Roberto Orci e Alex Kurtzman. Ambos fizeram carreira como roteiristas em Alias, e também criaram o seriado Fringe com ele. Orci e Kurtzman foram os responsáveis pelo roteiro do novo filme. Abrams produziria junto com seu parceiro Bryan Burk e o produtor Damon Lindelof, co-criador de Lost. Mais tarde, ficou decidido que Abrams também seria o diretor.


A pergunta seguinte era: que rumo tomar com a franquia?


A resposta foi voltar à década de 1960 e recriar a série original.


No entanto, ninguém da equipe desejava produzir um reboot. Essa palavra, tão mal vista por críticos, virou sinônimo de falta de criatividade em hollywood. Alguns reboots deram certo, como o Batman de Christopher Nolan. Outros nem tanto, tendo visto a recepção dividida nos James Bond de Daniel Craig, e também desastres como Perdidos no Espaço, de 1998, e o Homem-Aranha de Marc Webb.


Orci era um fã fervoroso da série original. Já Lindelof crescera assistindo a Nova Geração. A decisão foi tomada de se respeitar e manter a continuidade e mitologia estabelecida nos últimos 40 anos. Contudo, o rumo de recriar a série original seria mantido. Qual seria a solução?


Viagem no tempo. Criar uma nova linha temporal.


A trama do filme tem suas origens no período da Nova Geração, especificamente alguns anos após os eventos de Nêmesis. Como sabemos, os Romulanos haviam reaberto diálogo com a Federação, e Spock (Leonard Nimoy), que fazia parte do movimento de reunificação com os vulcanos, havia participado do movimento. Contudo, uma estrela que entra em processo de supernova dizima o planeta Romulus. Spock tenta desenvolver uma fórmula especial que deteria este processo, só que não consegue finalizar a solução e os Romulanos são dizimados. Nero (Eric Bana), um minerador no planeta Remus, perde sua família. Buscando vingança, Nero consegue adquirir uma nave modificada com tecnologia Borg e abre uma passagem para o passado. Spock também passa pela fenda, voltando no tempo. Nero e sua tripulação chegam no Século XXIII, aparecendo perante a USS Kelvin. O capitão da Kelvin tenta estabelecer um tratado com Nero, mas é morto pelo Romulano. Em seguida, Nero ataca e danifica a Kelvin. George Kirk (um jovem e desconhecido Chris Hemsworth, pré-Thor) assume comando da nave. Sua esposa (vivida por Jennifer Morrison) entra em trabalho de parto, e é evacuada da nave. Kirk se sacrifica com a nave, enquanto seu filho, James T. Kirk, nasce.


A vinda de Nero alterou completamente o tempo, criando assim uma linha paralela, na qual a Frota Estelar é uma organização altamente militarizada e paranóica*. Essa é a linha que os novos filmes seguem. Parece uma introdução conturbada, mas Abrams foi capaz de injetar um eixo emocional capaz de prender qualquer espectador. Kirk nasce em meio a mudanças drásticas e um dos momentos mais impactantes da franquia já filmados para o cinema.


*Essa é uma questão controversa que será abordada no post do próximo filme.


Isso permitiu aos produtores escalarem novos atores para reviverem os papéis clássicos. Ao mesmo tempo, Abrams teve a oportunidade de explorar uma idéia antiga de Harve Bennett, Starfleet Academy, mostrando a vida desses personagens quando ainda eram bem mais jovens.


Chris Pine assumiu a responsabilidade de trazer a vida uma versão jovem de Kirk, bem distinta do personagem construído por William Shatner. Este Kirk foi um personagem cuja perda do pai afetou diretamente sua vida e propósito. Até que na tentativa de desconstruir o mito, Orci e Kurtzman procuraram denegrir o personagem mostrando ele como um perdedor bêbado que se envolve em brigas e encrencas.


Esse rumo permitiu o desenvolvimento de um personagem mentor, no melhor estilo Obi-Wan Kenobi*. Para a surpresa de fãs, os roteiristas incluiram o Capitão Christopher Pike na trama. Vivido por Jeffrey Hunter no piloto original, o personagem foi reinventado pelo veterano ator Bruce Greenwood, e mostrou ser uma figura paterna para Kirk, convencendo o jovem de que ele tem o potencial para ser um capitão capaz de salvar vidas como George Kirk foi. Abrams e Lindelof sempre fizeram questão de incluir questões paternas incapazes de conectar com filhos nos roteiros de produções como Lost. Não havia como ser diferente nesse caso.


*Abrams não nega que ele é mais fã de Star Wars do que Star Trek. Tanto que foi essa afinidade com a mitologia de George Lucas que fez com que fosse escolhido para dirigir O Despertar da Força.


Um elemento da direção de Abrams que dividiu fãs foi seu uso de contraluz e montagem acelerada que induz espectadores a ficarem desorientados, além da ação ser sempre coreografada e enquadrada das formas mais inusitadas. Esse excesso de informação visual junto com a montagem pesa demais na estética do filme e acaba descaracterizando o padrão original.


Há de se mencionar Zachary Quinto. O jovem ator, com experiências em seriados como Heroes, deu tudo de si para viver um papel imortalizado por Nimoy. E fez um trabalho brilhante, capaz de nos mostrar um Spock jovem que luta a cada momento para reprimir seu lado humano dentro do casulo vulcano, mas não consegue reter suas emoções mais fortes.


A trama mostra Kirk levando o desafio de Pike à sério e tornando-se parte da Frota Estelar num ritmo acelerado*. A Enterprise segue em sua primeira missão com Pike no comando, tendo Spock como primeiro-oficial. O vulcano tem desprezo por Kirk ter sabotado o exercício da Kobayashi Maru para superar as provas da academia. Essa tensão entre os dois é bem vinda.


*Coloca acelerado nisso. Levou Riker anos para ganhar o posto de capitão na Nova Geração. Kirk vai de mero cadete a capitão em menos de duas horas. Uma das conveniências do filme, num roteiro esburacado que recompensa gratificação instantânea.


Basicamente, metade da frota é destruída pela nave de Nero*, que pretende usar a matéria vermelha para implodir o planeta Vulcano. Cabe a Kirk, Spock e a tripulação tentarem deter a perfuração da arma de Nero. Quando falham nessa missão, eles tem de resgatar o maior número de vulcanos possível. Eles conseguem resgatar alguns, incluindo Sarek (Ben Cross), pai de Spock. Contudo, Amanda Grayson (Winona Ryder), a mãe de Spock, não é teletransportada a tempo e morre junto com o planeta.


*Quando a Enterprise vislumbra os destroços, pode ser ver no canto da tela um R2-D2, plantado pelos designers da Industrial Light & Magic.


A questão em seguida é como lidar com Nero. Com Pike capturado, Kirk deseja resgatá-lo, mas Spock prefere seguir as ordens da Frota. Isso leva a um argumento que termina com Kirk sendo literalmente despejado da nave numa cápsula de escape. A cápsula aterrisa num planeta gelado, que convenientemente se encontra ao lado de onde era Vulcano, mas sobreviveu ao buraco negro da implosão. Outra conveniência é a presença do velho Embaixador Spock justamente* ali. Ele encontra o jovem Kirk e passa para ele a frequência de um teletransporte intergalático, encorajando ele a assumir o papel que faz parte de seu destino, mesmo que para isso tenha de passar por cima de seu jovem alter-ego.


*Outra conveniência é a presença de Scotty no mesmo local.


Kirk volta para a Enterprise e consegue fazer com que Spock solte suas piores emoções, fazendo com que seja incapacitado de manter comando da nave. E assim, Kirk assume a Enterprise, seguindo em frente com a missão de resgatar Pike e deter os planos de Nero, que pretende utilizar a arma na Terra.


É impressionante que com uma trama tão repleta de coincidências, reviravoltas e questões temporais, o filme consiga cativar da forma que conseguiu. Não é um reboot, mas é uma tentativa de resgatar o fogo e a energia que os filmes anteriores não tinham transmitido, até por se prenderem a estética Roddenberryana sem fugir do padrão. Enterprise foi o único dos seriados a realmente tentar quebrar um pouco dessa tendência, mas teve sua vida útil cortada pelo estúdio.


A presença de Nimoy dá o nível de credibilidade e uma rede de segurança aos fãs. Tendo certeza de que o ator veterano que originou o papel e fez dele o eixo central da franquia estava à bordo com o projeto deu muita garantia para aqueles que tinham dúvidas. E Nimoy dá sua melhor performance desde sua última aparição no papel, em 1991. Essa versão de Spock havia perdido Kirk e sua amizade na época de Generations quando o capitão foi dado como morto na Enterprise B. O personagem viveu mais 90 anos até se reencontrar na situação atual. Quando vemos o reencontro dele com o jovem Kirk, vemos nos olhos de Nimoy toda a emoção de revê-lo. É um contexto em que ele aprendeu a conciliar por completo seu lado humano com seu lado vulcano. Este também é um Spock que não esteve ao lado do pai quando este morreu na Nova Geração, mas pôde descobrir um novo lado dele ao se unir mentalmente com Picard. Mas esse Spock também está ciente de que a amizade entre ele e Kirk é fundamental, e por isso coloca o jovem Kirk no caminho certo para estimular e desenvolver este elemento.


Isso rende cenas de altíssima qualidade como a cena em que Sarek revela a seu filho porque casou com Amanda. Mesmo seguindo a lógica, o filme expande o potencial dos vulcanos. Por outro lado, a destruição de Vulcano é um megaevento impensável em encarnações anteriores de Jornada. Deep Space Nine foi a única série a tentar lidar com esta situação quando dizimou boa parte da população Cardassiana em seu episódio final.


Levando somente estas questões em conta, o filme já valeria. Mas ele vai além e mostra essa tripulação jovem e inexperiente aprendendo a trabalhar juntos em busca de soluções e um mundo melhor para todos. Karl Urban dá um show de atuação como McCoy, recriando a performance de DeForest Kelley minuciosamente. Uma pena que o personagem é pouco utilizado. O comediante e autor Simon Pegg reinventa o engenheiro Scotty, de forma diferente de James Doohan. Anton Yelchin emula o sotaque que Walter Koenig usava para Chekov com perfeição. John Cho faz um trabalho exemplar como Sulu, dando a mesma seriedade que George Takei dava.


A outra revelação do filme é Uhura. A personagem imortalizada por Nichelle Nichols ganha vida nova na pela de Zoe Saldana. Ela se torna a terceira parte do trio principal, formado por ela, Kirk e Spock. A Uhura original era pouquíssimo utilizada no seriado, tampouco nos filmes, mesmo sendo uma mulher africana servindo numa posição de alta responsabilidade numa nave espacial no futuro. A nova versão busca corrigir essa omissão. Esta Uhura é altamente presente, capaz de falar inúmeras linguas, deter os avanços românticos de Kirk, e ainda cultivar um relacionamento improvável com Spock*.


*Este relacionamento foi sugerido umas duas ou três vezes, de forma bem sutil, no seriado, mas nunca levado adiante.


O filme havia sido produzido em 2007, com lançamento marcado para 2008. Contudo, a greve dos roteiristas, que durou meses, fez com que a Paramount adiasse a data para 2009, a fim de preencher lacunas nos cinemas.


Quem também fez uma última participação no filme foi Majel Barrett-Roddenberry. A viúva de Gene, responsável por papéis como a Enfermeira Chapel, a Número 1, Lwaxana Troi* e por fim a voz do computador da nave em inúmeras produções, reprisou mais uma vez o papel do computador neste filme. Majel morreu em 2008, antes do filme ser lançado. Era sem dúvida a primeira-dama de Jornada nas Estrelas. Um lembrete de quem originou este universo. Uma pessoa que amava viver, fazer amizades e combinava perfeitamente com Gene Roddenberry, estando a seu lado durante o fim de sua vida. Um exemplo de compaixão e de quanto a raça humana é capaz de ir além de seus limites.


*Marina Sirtis, a atriz britânica que vivia Deanna Troi na Nova Geração, a tratava como uma segunda mãe e amiga próxima.


A música de Michael Giacchino assume uma identidade própria, bem distinta dos temas clássicos de compositores como Alexander Courage, Jerry Goldsmith e Dennis McCarthy. E ainda assim, consegue recriar o tema da série original com novas percussões e instrumentos, além de um ritmo impressionante. Os efeitos visuais também impressionam. Este é um filme feito com um orçamento infinitamente superior a todas as produções anteriores, incluindo o filme original de 1979. Estamos falando de centenas de milhões de dólares, sem incluir marketing. Com o sucesso estrondoso das produções de Abrams, e o mercado mudando para um modelo mais direcionado a super-filmes-evento com toneladas de efeitos e ação, a Paramount se viu na posição de colocar Star Trek como o carro-chefe do gênero de ficção científica de forma reinventada. Tudo em nome de atrair um público maior, muito além dos fãs originais. Você vê isso na imensa escala das cenas e na forma como a ação transcorre de forma dinâmica.


De certa forma, isso alienou parte dos fãs. Para muitos, o filme descaracterizou por completo a estética e teor das produções originais. A idéia de Jornada ser este produto blockbuster parece que bate de frente com a utopia humanista que defendia, com tramas de cunho moral e alegórico. Fica a impressão que a nova ordem do dia é criar sequências de ação e construir uma narrativa ao redor delas.


Contudo, muitos foram também capazes de ver o compromisso por parte dos roteiristas em recriar a dinâmica entre esses personagens. A presença de Orci como fã da série original certamente contribuiu nessa direção. Há de se elogiar o filme, mesmo com seus defeitos. Mais do que tudo, ele trouxe Jornada de volta para os fãs. Temos tanto Abrams quanto o elenco a agradecer por esta dedicação.


E por enquanto é isso. Falaremos de Além da Escuridão - Star Trek no próximo post. Enquanto isso, fique com três cenas do filme, logo abaixo:






Posted in Postado por Eduardo Jencarelli às 13:47  

1 comentários:

  1. Edward Says:

    Excelente recapitulação e análise do filme.
    Finalmente pude compreender a presença do Spock original nessa linha temporal, isso foi algo que me passou despercebido quando vi o filme.

    Nunca fui fã dos seriados, mas gostei do primeiro longa original (saudades da trilha de Goldsmith). A versão do Abrams é muito boa, para dizer o mínimo.

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